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- Editora: Devires
- AUTORE(S): Sofia Favero
- ISBN: 9786586481785
- Edição: 1ª Edição
- Formato: 14.00 x 21.00 cm
- Páginas: 238
Sofia Favero produz uma escrita que sempre movimenta alguma coisa – por mais preguiça que você tenha de se mexer. Ela se torna uma intelectual do seu tempo ao debochar das normas que criamos para a revolução, e fala com franqueza parresiasta das histórias perversas sobre nós mesmas. Quem define o que é perverso? Ela nos pergunta com a elegância teórica, escrevendo uma estética ético-política para que nós, profissionais dos saberes psi, possamos pensar o que fazemos com tudo que escutamos, o que a gente faz com a nossa prática? A escrita de Sofia nos captura. Tenta nos dizer dessas ruínas que dizem atrapalhar as águas límpidas da norma, mas são feitas da nossa sujeira. Este livro é um convite para celebrar nossa imundície, assim como para escutá-la de formas mais ousadas.” - Thayz Athayde
Sobre a autora
Sofia Favero é psicóloga. Formou-se em Sergipe, onde nasceu e ajudou a criar a Associação e Movimento Sergipano de Transexuais e Travestis (Amosertrans). Seu nome de guerra é Sophyx Trovoada. Coordenou durante três anos um cursinho pré-vestibular em Aracaju, chamado EducaTrans. Participou da construção anual da Semana da Visibilidade Trans junto à UFS (Universidade Federal de Sergipe), até que se mudou para Porto Alegre, em 2018, por causa do mestrado. Atualmente é doutoranda em Psicologia Social e Institucional na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), pesquisando infância, e se interessa por temas como clínica, política e diferença. Escreveu este livro como estratégia de combate ao roteiro estúpido que a cultura resguarda às pessoas trans, constantemente constrangidas a provar algo relacionado à própria identidade; e a assim sendo obrigadas a embarcar num circuito mortífero, limitado, adoecedor.
Mais sobre o livro
Neste livro, Sofia Favero explora a potência dos afetos infames, dentre eles a raiva, culpa e tristeza, como forma de dar outros destinos à vivência de ser minorizada. As cenas em que pessoas são atingidas pelo racismo e sexismo são capazes de gerar respostas emocionais complexas, ligadas a sensações que, paradoxalmente, nos educam a lutar contra. Em diálogo com a negatividade queer e os estudos críticos da branquitude, Favero conjuga a brutalidade destinada a travestis no Brasil como estratégia para imaginar outros mundos, propondo uma leitura psicológica sobre as constantes humilhações e assujeitamentos a que mulheres, pessoas negras, gordas e LGBT+s têm sido expostas em seus cotidianos.
Articulando conceitos e saberes como pulsão de morte, erotismo, cancelamento, afropessimismo e destransição, ela aposta na sujeira como forma de resistir ao imperativo da limpeza e da assepsia que as recentes “clínicas da diversidade” têm investido. No lugar disso, a autora encara o sujo como uma pergunta ativa. O que fazemos com a violência anti-trans disseminada na cultura? Diante do quadro mortífero causado pela desigualdade social e pela injustiça epistêmica, Sofia escreve com fúria sobre experiências pessoais, na busca de sugerir à clínica uma postura mais sacana, criminosa, no próprio ato de ouvir. Sujas são aquelas pessoas que não são nem sujeito (condição política) nem objeto (condição de desejo).
Psicologia Suja é um livro provocativo e certamente marca a força dos estudos trans nesse território denso que é o campo do cuidado, propondo usos políticos da irritação e do arrependimento. Afinal, uma clínica software já conhecemos, podemos fortalecer uma clínica malware? Esse é o ousado convite que Sofia faz a quem lê.
Outros livros da autora
ISBN:978-85-93646-55-3
Dimensões: 16 x 23
Páginas: 153
Autora: Raonna Martins
Este livro fala dos efeitos – e afetos – resultantes de anos de trabalho com a população em situação de rua, em territórios como a cracolândia paulista, marcados por precariedades, violência e também pelo fracasso das políticas públicas voltadas para o uso de álcool e outras drogas, bem como as apostas que foram possíveis nesse e em outros chãos da cidade.
Com linguagem direta e despretensiosa, sem nos poupar da bagunça, de dúvidas ou hesitações, recusando respostas rápidas e soluções definitivas, que sempre acabam fracassando e se repetindo, a autora nos conta como ainda é possível escutar o outro e transformar a vida de muita gente, inclusive dos profissionais que atuam nesses territórios de exclusão.
Olhando nos olhos de pessoas que normalmente nos recusamos a ver, mostra outras formas de lidar com a população em situação de vulnerabilidade social, ao mesmo tempo em que nos faz vislumbrar outra psicanálise e, quem sabe, novas formas de viver em nossas grandes cidades.
Sobre a autora
Raonna Martins tem o Sol em gêmeos, é filha de Oxóssi, mergulhadora e palhaça em formação. Estuda e escreve sobre experiências de escutas e reflexões psicanalíticas realizadas fora do setting tradicional. Desde 2010, trabalha, essencialmente, mas não de modo restrito, com pessoas em situação de rua, pessoas que fazem uso abusivo de álcool e outras drogas, e pessoas que transitam entre as áreas da saúde mental, serviço social, direitos humanos, redução de danos, dentre outras intersecções, passando por alguns territórios diversos na cidade, desde o Grajaú até a “Cracolândia”, no centro de São Paulo
É graduada em Psicologia. Psicanalista. Mestre em Psicologia Social pela PUC- SP, com a dissertação A escuta ético-política na rua. Doutora em Psicologia Clínica pela USP, com a tese “Fazer nada” como dispositivo de intervenção clínica e política em territórios. Atualmente trabalha em consultório e realiza supervisões para redes de saúde e assistência social. Também é ativista e atua em projetos sociais, dentre eles é co-fundadora do bloco de carnaval Blocolândia, que acontece no centro de São Paulo desde 2014.