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Zonas de Te(n)são entre desejo e nojo: cisgeneridade como paradigma de subjetivação sexual

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Marca: Devires

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Descrição Geral

ISBN: 978-85-93646-57-7

DIMENSÕES: 16 X 23CM

PÁGINAS: 210

Sinopse

Na última década, houve no campo das políticas públicas inúmeros avanços objetivando o reconhecimento da cidadania das pessoas trans no Brasil. Contudo, tais políticas aparentemente continuam sendo insuficientes para garantir a efetiva inclusão e proteção do direito à vida dessas pessoas. O Brasil permanece ano após ano, segundo dados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais e da ONG Transgender Europe Monitoring, na liderança dos assassinatos de pessoas trans no mundo, sendo desproporcionalmente atingidas por tais crimes mulheres transexuais e travestis negras em sua maioria profissionais do sexo.

A partir de 2016, um outro aspecto, aparentemente contraditório, ganha destaque nas mídias digitais: o Brasil é um dos países onde mais se consome pornografia com pessoas transexuais no mundo. Dados estatísticos de plataformas pornográficas como Pornhub e RedTube, passam a apontar as tendências de cliques e consumo pornô de seus usuários ao redor do mundo, destacando o Brasil como um país com interesse particular na “pornografia trans”.

Essa aparente “contradição” no país onde “morte” e “sexo” caminham lado a lado, na verdade, pode ser categorizada como uma te(n)são entre desejo e nojo que reforça aspectos de uma espécie de exterioridade constitutiva em que tanto a abjeção quanto a atração estão circunscritas num campo de codificação cognitivo-visual que movimenta máquinas semióticas diversas que, por sua vez, produzem sujeitos ao mesmo tempo em que administra as normas sociais de interação e classificação social. Esse aparato para produção de subjetividade é chamado neste livro de Olhar Cis; um dispositivo cognitivo que codifica o mundo tendo como paradigma a cisgeneridade hegemônica. Este dispositivo é socialmente reiterado através de um conjunto de enunciados econômicos, morais, religiosos e patriarcais que a autora passa a chamar de propaganda cisgênera. São estruturas visuais que comercializam um modelo subjetivo coletivo, reiterando normas, padrões, comportamentos e, principalmente, um ideal de corpo, de família, de gênero e de sexualidade.

Ao longo deste livro, Mariah Rafaela Silva examina – através de uma metodologia genealógica e cartográfica – as formas pelas quais as representações de corpos de pessoas trans foram caracterizadas, em geral, como “monstros hipersexualizados” na cultura brasileira através da indústria audiovisual, produzindo efeitos de um “sujeito sexual” como resultado de um modo de subjetivação coletiva a partir do paradigma da cisgeneridade.  Essa estratégia de subjetivação, mais do que falar das transexualidades, enuncia a invenção da cisgeneridade como um modelo pragmático de produção de verdades do corpo e do gênero, tornando-a universal, paradigmática, “biológica” por fim, “normal” ou “ideal”.

Assim, desde os primórdios da indústria audiovisual, filmes, desenhos animados, novelas, comerciais, minisséries e as mídias pornográficas passam a desenvolver, transmitir, reiterar e reforçar modelos subjetivos hegemônicos a partir da cisgeneridade, como um ideal de raça, gênero, sexualidade e classe, que em tudo buscam subalternizar aqueles nomeados como diferentes. Essa te(n)são produz uma realidade complexa em que, como o leitor perceberá, não há contradições, há apenas fluxos e complementariedade através de um exercício pleno da “autoridade cisgênera” como paradigma de subjetivação sexual coletiva.

Sobre a autora

Mariah Rafaela Silva é Docente Visitante do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Pará, na Linha de Direitos Humanos. Doutora em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense e pós-doutoranda em Direitos Humanos pela Universidade Federal do Pará. Possui mestrado interdisciplinar em Ciências Humanas pela Universidade do Estado do Amazonas com ênfase em História, teoria e crítica da cultura e bacharelado em História da Arte pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi também intercambista na Universidade Nova de Lisboa, em Portugal. Mariah é carioca, nascida e criada na favela do Turano e ativista de Direitos Humanos.

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