Kit: Trans+ Psicologia Suja + Dissidências sexuais, temporalidades queer

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• Editora:  Devires
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• AUTORE(S): Sofia Favero | AUTORE(S): Daniel Boianovsky Kveller | AUTORE(S): Jack Halberstam
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• ISBN:  9000000002241
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• Edição:  1ª Edição
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• Formato:  16.00 x 23.00 cm
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• Páginas:  600
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Envios em 02/04/2023

Kit: três livros

Trans: uma abordagem curta e curiosa sobre a variabilidade de gênero

Na última década, os debates públicos sobre questões trans aumentaram exponencialmente. Com o aumento de visibilidade, veio não apenas poder, mas também regulamentações, tanto a favor quanto contra as pessoas trans. O que antes era considerado um transtorno incomum tornou-se uma possibilidade tangível para a experiência do gênero, assim como um novo ponto de partida para o ativismo político. O que aconteceu nas últimas décadas para levar a uma mudança tão radical nos modos como compreendemos o gênero e a corporalidade? Como uma identidade estigmatizada se tornou tão central para as políticas de reconhecimento nos Estados Unidos e na Europa? E como as pessoas responderam às novas definições e compreensões do sexo e do corpo generificado? Em Trans*, Jack Halberstam explora essas mudanças recentes e explora as possibilidades de um futuro sem gênero, gênero-variável ou queer.

Psicologia Suja

Neste livro, Sofia Favero explora a potência dos afetos infames, dentre eles a raiva, culpa e tristeza, como forma de dar outros destinos à vivência de ser minorizada. As cenas em que pessoas são atingidas pelo racismo e sexismo são capazes de gerar respostas emocionais complexas, ligadas a sensações que, paradoxalmente, nos educam a lutar contra. Em diálogo com a negatividade queer e os estudos críticos da branquitude, Favero conjuga a brutalidade destinada a travestis no Brasil como estratégia para imaginar outros mundos, propondo uma leitura psicológica sobre as constantes humilhações e assujeitamentos a que mulheres, pessoas negras, gordas e LGBT+s têm sido expostas em seus cotidianos. Articulando conceitos e saberes como pulsão de morte, erotismo, cancelamento, afropessimismo e destransição, ela aposta na sujeira como forma de resistir ao imperativo da limpeza e da assepsia que as recentes ?clínicas da diversidade? têm investido. No lugar disso, a autora encara o sujo como uma pergunta ativa. O que fazemos com a violência anti-trans disseminada na cultura? Diante do quadro mortífero causado pela desigualdade social e pela injustiça epistêmica, Sofia escreve com fúria sobre experiências pessoais, na busca de sugerir à clínica uma postura mais sacana, criminosa, no próprio ato de ouvir. Sujas são aquelas pessoas que não são nem sujeito (condição política) nem objeto (condição de desejo). Psicologia Suja é um livro provocativo e certamente marca a força dos estudos trans nesse território denso que é o campo do cuidado, propondo usos políticos da irritação e do arrependimento. Afinal, uma clínica software já conhecemos, podemos fortalecer uma clínica malware? Esse é o ousado convite que Sofia faz a quem lê.

Dissidências sexuais, temporalidades queer: uma crítica ao imperativo do progresso e do orgulho

Dialogando com vertentes clássicas e contemporâneas dos estudos queer, este livro analisa criticamente alguns dos imperativos responsáveis pela regulação da sexualidade em uma era marcada por políticas de empoderamento e inclusão social: Mostre quem você realmente é!, Pense positivo!, Orgulhe-se! Mais do que argumentos contra o orgulho e o progresso, porém, o que se encontra aqui é um convite para pensar sobre outros afetos, outras temporalidades e uma aposta de que essas alternativas podem embasar abordagens mais complexas e inspiradoras da política, da subjetividade e das assim chamadas dissidências sexuais. Este livro oferece uma excelente articulação entre produtos artísticos e referenciais teóricos ainda pouco explorados nos estudos queer brasileiros, além de apresentar críticas e contribuições ao que se convencionou chamar neste campo de ?perspectiva antissocial?. O autor realiza reflexões complexas, mas se preocupou em torná-las acessíveis e compreensíveis ao grande público. Uma das melhores teses que li em minha carreira. (Leandro Colling, UFBA)