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Práticas sexuais: itinerários, possibilidades & limites de pesquisa

Marca: Devires

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Descrição Geral
  • Editora:  Devires
  • ORGANIZADORE(S): Helder Thiago Maia | ORGANIZADORE(S): Thiago Oliveira
  • ISBN:  9786550010997
  • Edição:  1 EDIÇÃO
  • Formato:  16.00 x 23.00 cm
  • Páginas:  294

 

Em um ensaio publicado pela primeira vez no jornal Ponte, em 1949, a escritora italiana Natalia Ginzburg dedicou-se a escrever sobre o que tornava particular seu ofício como escritora em um mundo atravessado pela guerra e pelos efeitos tenebrosos do horror. O foco do seu exercício, contudo, não estava voltado para as problemáticas complexas da geopolítica do Ocidente e as partições do governo. Il mio mestiere, traduzido ao português como Meu Ofício e posteriormente publicado na coletânea de Le Piccole Virtù (As Pequenas Virtudes) é um ensaio sobre a dimensão simultaneamente miúda e grandiosa da questão sobre porquê e como, afinal, alguém se dedica a escrever. Trata-se de um ensaio sobre a minúcia e o prazer, sobre as potências de crítica e imaginação, de perceber a vida como um laboratório de experimentações e o texto uma forma de tornar o ato de olhar e o resultado da observação como uma coisa produzida pela continuidade intensiva. Supondo que é possível concordarmos que há no passado vivido e no passado sonhado algo de plausível para retomarmos uma reflexão sobre presente e futuro, nos permitam começar essa apresentação com uma breve passagem sobre as considerações de Natalia a respeito do seu ofício. A certa altura, quando refletia sobre sua produção criativa marcado pelo interesse em formas muito minúsculas, e detalhistas sobre personagens do cotidiano, ela nota: Naquele gosto que eu tinha de vasculhar detalhes miúdos havia certa malignidade de minha parte, um interesse ávido e mesquinho pelas coisas pequenas, pequenas como pulgas, era uma obstinada e tagarela procura por pulgas de minha parte. As preocupações de Natalia Ginzburg com a pertinência de sua obsessão com o detalhe e a miudeza das coisas, que observava como parte do exercício criativo de contar histórias de muitas maneiras, atravessam o problema central sobre o qual este livro se interessa. Ao lidarmos com o sexo como um leitmotiv para a reconstituição de configurações sociais complexas usualmente nos atemos às pulgas, ou mais que isso, em um exercício de abstração por vezes não refletido, temos por hábito tratar pulgas como elefantes e conferir às minúcias e aos detalhes uma importância sem igual. Em alguma medida, estamos também presos àquilo que criticamos como a verdade do sexo, ou seja, a sua possibilidade de dizer e expor algo genuinamente revelador. E de fato, podemos postular que nos universos onde o sexo habita e é produzido existe algo revelador, às vezes sobre as pessoas e outros modos de existência com as quais interagimos, às vezes sobre nós. No projeto de construção de uma história do dispositivo da sexualidade como modo de gerir corpos e populações, Foucault introduziu o argumento de que, ao menos no mundo ocidental que era possível desenhar a partir dos documentos que analisou, a hipótese de que não era possível falar sobre o sexo se realizava através de seu oposto recursivo. A ideia de uma sociedade repressiva, que interditava as possibilidades de falar sobre sexo, era uma hipótese refutável. Em seu aspecto mais efetivo, o que os grandes centros metropolitanos europeus e seus modos de vida comprometidos com o decoro e a observância religiosa faziam era disciplinar os espaços, momentos e interlocutores de um discurso, sempre abundante, sobre aquilo que diziam ser interdito ou reprimido. Ainda que a reflexão foucaultiana apresente problemas, ela deixa duas questões que merecem ser retomadas aqui: as formas do conhecimento e as formas do poder. Tomemos como hipótese que sexo signifique a dimensão corporificada e extensiva de entender, colonizar e organizar o mundo a partir de aproximações e distanciamentos entre formas reconhecidas como de semelhança e de diferença. Se essa hipótese se mostra plausível em um contexto como nosso, então ao olharmos para o sexo em suas múltiplas camadas de significação estamos criando e olhando para formas de conhecer e de gerir o mundo a partir da identificação do que é tributável no tempo e no espaço àqueles que tomamos como semelhantes e diferentes a quem enuncia. Trata-se assim de um problema tanto de epistemologia e política quanto de política epistemológica, ou seja, quais agendas tornam possíveis que o sexo seja pautado como fenômeno útil de reflexão? A questão afinal é: como produzir uma epistemologia onde o sexo possa ser considerado em sua complexidade? Como dialogar com políticas epistemológicas e modos de habitar o mundo caracterizados por uma intensa ambivalência entre modos de manusear nas práticas e discursos os conteúdos disponíveis para pensar o que seja o sexo e sua extensão sobre a vida? Uma reflexão atenta a tais questões pautaria uma primeira pergunta, de ordem eminentemente conceitual: afinal, o que é esse objeto ou fenômeno de contornos um tanto quanto obscuros que chamamos sexo? 

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