Clínica (Trans)sexualiza(dor)a. Processos formativos de trabalhadores da saúde

• Editora:  Devires
• AUTORE(S): Pablo Cardozo Rocon
• ISBN:  9786586481303
• Edição:  1ª EDIÇÃO
• Formato:  16.00 x 23.00 cm
• Páginas:  184

Em tempos de tanta iniquidade, o livro de Pablo, Clínica (Trans)sexualiza(dor)a. Processos formativos de trabalhadores(as) da saúde, chega irrespiráveis. Livro que emerge num momento em que, nos mais diferentes cantos do planeta, experimentamos os efeitos de gestões governamentais marcadas por autoritarismos de viés fascista. Tomamos o convite a prefaciar, portanto, como convite a uma conspiração – conspiração para que respiremos juntos(as), como sussurrou Guattari mesmo antes daquele inverno francês que lhe pareceria interminável quando comparado à (eterna?) primavera da década de 1960. Nosso inverno, contudo, não seria um inferno? Sentimo-nos exilados(as) em nosso próprio país. País que acha feio o que não é espelho (Caetano Veloso). Pois bem, em sintonia (dissonante) com esse mundo contemporâneo, Pablo nos oferece um belo (porque dissonante) trabalho sobre formação em saúde, sinalizando uma postura de (re)existência radical a tais (e tantos) controles. Paradoxalmente, como sugere Agamben, ser contemporâneo é estranhar seu tempo e é justamente esse estranhamento que se expressa nas linhas dos escritos de Pablo aqui presentes. Uma obra falada. Uma obra que diz, corajosamente, de uma intolerância comum corpos em revolta, indóceis frente a despotismos de diferentes ordens. Sobre o autor Professor do Departamento de Saúde Coletiva (Área: Política, Planejamento e Gestão de Serviços de Saúde), no Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Doutor em Educação [Linha: Educação, Formação Humana e Políticas Públicas], Mestre em Saúde Coletiva [Área: Política e Gestão em Saúde], pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Experiência em estudos sobre gênero, sexualidade e saúde coletiva, trabalhando com pesquisas qualitativas, cartografias e abordagens queer. Atualmente desenvolve pesquisas sobre o Processo Transexualizador do Sistema Único de Saúde (PTSUS) brasileiro com foco na sua universalização, no planejamento e processo de trabalho em saúde. Têm-se dado atenção particular ao diagnóstico de transexualismo que é requisito para acesso ao PTSUS, observando-o como principal fator impeditivo para o acesso da população trans aos serviços transexualizadores brasileiros, problematizando-o à luz dos estudos queer e da ontologia do presente. Pesquisa também estratégias e abordagens formativas (Aprendizagem por Signos; Abordagem Enativa) a fim de intervir no processo de trabalho com a saúde da população LGBT no Brasil, objetivando a produção da atenção a saúde humanizada, acolhedora, menos medicalizadora e livre de discriminação.