Combo: Cutucando o cu do cânone I + Cutucando o cu do cânone I II: Materialismos anais

Dois Livros: Cutucando Cu do Cânone I e II + Brinde: Kuirartisar as más-turbações facistas: como inventar para si políticas de descontrole

PRÉ-VENDA: ENVIOS EM 20/09/2025

Cutucando Cu do Cânone I

• ISBN:  9788593646492
• Edição:  1ª Edição
• Formato:  16.00 x 23.00 cm
• Páginas:  372

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Sinopse

Cutucando o Cu do Cânone: Insubmissões Teóricas e Desobediências Epistêmicas é um manifesto teórico-político que desafia as estruturas hegemônicas do cânone literário e acadêmico. A obra propõe uma contra-leitura radical: o cu como significante munificente, espaço alternativo de resistência, subversão e reinvenção.

Se o falo simboliza a centralidade opressora das narrativas dominantes, o cu emerge como sinédoque dos restos excluídos dos bioarquivos oficiais – os corpos dissidentes, as memórias traumáticas, as vozes silenciadas. Este livro nos convida a olhar para o cu não apenas como órgão, mas como metáfora política e enunciativa, um lugar de investimentos fantasmáticos e possibilidades inauditas.

Com uma perspectiva decolonial e queer, os organizadores propõem um "olhar decoloni-anal" sobre o discurso ficcional, tensionando as estruturas biopolíticas que sustentam o cânone literário. Aqui, o cu torna-se um espaço de insurgência, onde o impossível, o traumático e o poluído podem ser articulados, pautados e reinventados.

📖 Indispensável para estudantes, pesquisadores e ativistas interessados em teoria queer, estudos culturais, decolonialidade e crítica literária, este livro é um convite à transgressão epistêmica e à construção de mundos outros.

Cutucando Cu do Cânone II

ISBN: 978-65-5133-000-1            
Páginas: 196     
Dimensões: 16 x 23cm

Materialismos Anais é um livro que desafia os limites da teoria crítica contemporânea. Organizado por Rick Afonso-Rocha, Iago Moura, Nai Monteiro e Renato Peruzzo, este volume faz parte do projeto provocador Cutucando o cu do cânone, que propõe uma releitura subversiva das Ciências Humanas a partir do corpo, da linguagem e da materialidade do anal.

Nesta obra, o ânus não é metáfora — é um sítio epistemológico, um espaço de resistência e um arquivo vivo dos corpos subalternizados. A partir dele, os organizadores e colaboradores desenvolvem os chamados Materialismos Anais: uma proposta teórica que articula marxismo, anarquismo, análise materialista do discurso, genealogia foucaultiana e teoria cuir para repensar as bases materiais do capitalismo.

O livro demonstra como o sistema sexual — conjunto de normas, valores e práticas sobre gênero e sexualidade — funciona como infraestrutura do capitalismo, ao lado da propriedade privada e da divisão do trabalho. Ele disciplina corpos, regula desejos e produz inimigos sociais (LGBTIs, mulheres, negros, indígenas, trans) para desviar o ódio de classe e manter a superexploração invisível.

Com base nessa análise, surge o conceito de anarquismo anal: uma posição ideológica anticapitalista que rejeita o reconhecimento liberal e afirma a luta política a partir das materialidades discursivas do corpo. O "cu", aqui, é um significante munificente — excessivo, descontrolado, resistente à norma — e se opõe ao falo como símbolo de poder e falta.

Este livro é essencial para quem estuda ou se interessa por:

• Teoria queer e teoria cuir
• Marxismo e materialismo histórico
• Análise do discurso e linguagem
• Feminismo decolonial e antirracista
• Crítica ao capitalismo e ao Estado
• Epistemologias do Sul e desobediência epistêmica

Publicado no contexto das Ciências Humanas contemporâneas, Materialismos Anais dialoga com pensadores como Michel Foucault, Louis Althusser, Silvia Federici e Judith Butler, mas rompe com o cânone ao colocar no centro da análise aquilo que sempre foi reprimido: o anal como lugar de pensamento, resistência e transformação social.

Brinde para os primeiros 50 compradores

Kuirartisar as más-turbações facistas: como inventar para si políticas de descontrole

Eu li esse livro como se pastasse sobre um campo de grama verde. Há, portanto, um desterro que acompanha sua leitura, uma disposição em sair de onde se está que encontra naquilo que produzem essas autoras uma possível ressonância. Todas aqui estão de saída. Todas deixam, partem, dão as costas, desaparecem. Formam os seus próprios bandos ou seguem por um tempo sozinhas. Em oposição ao sedentário, eu poderia chamá-las de migrantes, expatriadas, refugiadas, nômades ou desertoras, por exemplo. Imagino que todas essas figuras sirvam, de algum modo e com diferentes ênfases, para falar do gesto que encontro na produção das autoras aqui reunidas. Há, por exemplo, um habitar do movimento próprio do nomadismo. Há também o desterro forçado da expatriada ou a luta pela sobrevivência da refugiada. Mas, a mim, a figura da desertora parece especialmente interessante. Desertoras porque se desalistaram de um recrutamento estúpido e fizeram da casa do pertencimento um deserto. (Murilo Moscheta).