ISBN: 978-85-93646-57-7
DIMENSÕES: 16 X 23CM
PÁGINAS: 210
Sinopse
Na última década, o Brasil tem sido palco de avanços significativos nas políticas públicas voltadas para o reconhecimento dos direitos de cidadania das pessoas trans. No entanto, esses progressos ainda se mostram insuficientes para garantir a inclusão e proteção efetiva dessas pessoas, evidenciado pela alarmante estatística que coloca o Brasil como o país com o maior número de assassinatos de pessoas trans no mundo. A maior parte dessas vítimas são mulheres transexuais e travestis negras, muitas vezes envolvidas em trabalho sexual.
Paradoxalmente, o Brasil é também um dos países com o maior consumo de pornografia com pessoas trans, conforme dados de plataformas como Pornhub e RedTube. Essa aparente contradição é explorada por Mariah Rafaela Silva, que analisa o fenômeno como uma "te(n)são" entre desejo e nojo, reforçando uma exterioridade constitutiva onde a abjeção e a atração coexistem dentro de uma codificação cognitivo-visual. Mariah denomina esse processo de "Olhar Cis", um dispositivo cognitivo que promove e reforça a cisgeneridade hegemônica através de discursos econômicos, morais, religiosos e patriarcais, o que ela chama de "propaganda cisgênera".
Neste livro, Mariah utiliza uma metodologia genealógica e cartográfica para examinar como as representações dos corpos trans foram construídas como "monstros hipersexualizados" na cultura brasileira, particularmente na indústria audiovisual. A autora argumenta que essa estratégia não apenas marginaliza as pessoas trans, mas também solidifica a cisgeneridade como norma universal e ideal de gênero e corpo, influenciando normas sociais e comportamentais.
Sobre a autora
Mariah Rafaela Silva é Docente Visitante do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Pará, na Linha de Direitos Humanos. Doutora em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense e pós-doutoranda em Direitos Humanos pela Universidade Federal do Pará. Possui mestrado interdisciplinar em Ciências Humanas pela Universidade do Estado do Amazonas com ênfase em História, teoria e crítica da cultura e bacharelado em História da Arte pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Foi também intercambista na Universidade Nova de Lisboa, em Portugal. Mariah é carioca, nascida e criada na favela do Turano e ativista de Direitos Humanos.
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